Hoje começa novembro. O penúltimo mês do ano e não foi qualquer ano. Foi um 2020 arrastado, enrolado, nebuloso. Foi um ano que nos fez desacelerar, repensar e retroceder.
Normalmente, novembro traria aquele cheiro bom dos ciclos que começam a se encerrar, das perspectivas que se apontam para o futuro, dos dias que passam correndo, mas, pra mim, novembro é um respiro.
Foram tantos altos e tantos baixos que eu apenas vou me permitir respirar. Sentar em um bom lugar, ler alguma coisa, ouvir uma boa música, degustar um bom vinho, um whisky com duas pedras de gelo.
Talvez eu deixe cair algumas lágrimas, mesmo sem saber ao certo se são de alegria ou tristeza ou medo do que virá. Acredito que esse último seja assustador, mas hoje, em novembro, eu não quero pensar nisso.
Quero ficar em silêncio até que minha mente se aquiete, meu coração diminua a velocidade e meus músculos relaxem. Quero prestar atenção em tudo que está no piloto automático, sentir o gosto do café, apreciar a mudança de cor do céu no entardecer, ouvir os sons que estão presentes quando paramos de falar.
A gente corre tanto atrás que eu acabei me perdendo do objetivo. É tanto sonho e tanta pressão, é tanta vontade de ser mais que não percebemos quem nos tornamos durante a jornada. Quanto de você se perdeu ao buscar quem você é?
No mundo onde o dinheiro é o grande senhor, é o ‘ter’ quem dita o tempo de todas as coisas.
Por isso, que novembro seja uma ruptura de paradigmas, que possamos olhar mais pra dentro e ver nosso sol interior, que a gente pare de ter pressa, pare de ser presa e comece a cocriar uma nova alternativa para os dias.
É com muito respeito ao meu tempo, é com muito respeito a quem eu sou, que recomeço o blog Achei as Palavras. Talvez eu tenha me perdido no caminho, quem nunca se perdeu ao se buscar?
Aproveita, se der, segue lá: @achei_as_palavras
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