*imagem retirada do Google, link aqui
A dor dos olhos de Carolina era tão profunda, quanto o vasto mar além da praia. Deixava a vida tão pesada que, às vezes, acreditava que os ombros não aguentariam e, qualquer dia desses, ela não viria mais.
Não importava o que passasse pela sua janela, Carolina não piscava . Jamais suspirava. Nada dava-lhe ânimo, nada tinha oxigênio suficiente para lhe acender a chama. No mais, Carolina está morrendo aos poucos, diante de nossos olhos, platéia nem sempre atenta.
Há quem diga que o mal fosse saudade, não sei se do pai, que foi embora cedo, ou se do vizinho, que fugiu com o primo pra cidade grande. O certo é que, desde que cheguei, nunca a vi de outro modo. Minha mãe disse que era a cabeça, que os nervos estavam destruídos, que Carolina agora era refém da sua própria mente.
No fundo, já me acostumei com a presença dela ao ir e voltar da escola. Já não me sinto tão sozinha no cair da tarde. E minha tristeza não se parece tão triste, quando Carolina. O que me dá esperança e medo, de que um dia Carolina não esteja lá.
Essa crônica teve como inspiração a música Carolina, do Chico Buarque, e você pode conferir ela aqui.
E você como tem andado? Tem “trocado passos com a solidão”?
Ou vendo flores pelo caminho?
Gostou do conto? Me conta tudo!
As sua palavras são tão importantes quanto as minhas!
5 Comments
Tais Alice
8 de abril de 2016 at 15:38Forte… instigante! Mexeu comigo…
Um beijo.
sandra mayworm
8 de abril de 2016 at 15:38Que bom que voltou…espero vir aqui outras vezes pra comentar heim!!!
Quanto a Carolina, existem tantas por aí…bjs
Lady Salieri
9 de abril de 2016 at 18:13Forteeeee, e essas frases do fim deixaram um tom ao mesmo tempo leve, mas muito impactante ao texto. Gostei =).
Luana Souza
24 de abril de 2016 at 15:12Acho que eu estava um pouco parecida com a Carolina há umas semanas atrás. Já estou melhorando 🙂 Meus amigos ainda acham que estou triste porque eu vivo me fechando por mundo, mas não.
Adorei o texto <3
beijos :*
Dê Amaro
24 de abril de 2016 at 15:12Um texto bem forte, e trite também, AMEI ESSE TEXTO… Conheço muitas Carolinas por essa vida 🙁