Quem ouve a voz mansa e o sotaque gostosinho dessa moça, não sabe o “perrengue” diário que ela enfrenta para realizar o pequeno sonho de se formar. Juliana Padilha, ou apenas Ju, é estudante de jornalismo da UFRRJ, mãe do Peri, técnica em segurança do trabalho e funcionária pública, mas essa história de sucesso já teve muitos capítulos sombrios.
Saiu de Recife (PE) com o namorado aos 18 anos, sonhava com a tal liberdade que a vida adulta prometia, a mãe só permitiu a partida após o casório, afinal ela era moça direita e tinha que casar de véu e grinalda! E assim foi. Ju veio pra o Rio de Janeiro recém-casada e com uma vaga na UFRJ conquistada ao fim do ensino médio. Ia cursar ciências sociais. O plano era estudar e voltar, mas a prática nunca é como a gente sonha e logo vieram os problemas.
Ela precisava trabalhar e, junto à graduação, cursou técnico em segurança no trabalho na expectativa de ser aprovada em um concurso público da área. Só que a vida tem certos jeitos tortos de dar certo ou não?! e lá foi Ju, para o Amazonas! Tranca faculdade, muda de casa, de cidade, de estado. Segue o baile, só que o DJ toca um sucesso do passado e ela é aprovada num dos concursos que prestou ainda no Rio. Arruma a mala e volta.
Agora ela era dona de seu nariz, pagava suas contas e queria desfrutar da vida que havia sonhado. Então ela pensa: “Por que não ter um filho?” Achava que trabalhar e estudar era simples demais e resolveu aceitar o desafio. Nasce Peri. Óbvio que não ia ser fácil e Ju precisou deixar a faculdade para se dedicar ao cadinho de gente que tinha chegado.
O tempo passa e o casamento revela algumas facetas que a moça jovem havia deixado passar despercebidamente. Infelizmente, nem todo homem ~ acho mesmo que nem a metade da metade ~ está preparado para estar ao lado de uma mulher forte, guerreira e batalhadora O relacionamento não durou, mas isso não define, nem chega aos pés de significar quem essa mulher é. A gente só escreve porque faz parte da história, porque valer mesmo, vale o preconceito que ela enfrentou por “falar estranho”, por ser mulher, por ser mãe.
Ju luta por tudo aquilo que em que acredita. Prestou vestibular de novo, inspirada nos artigos que leu quando adolescente na revista Caros Amigos, cursa jornalismo na UFRRJ. Debate política, feminismo e tantas outras causas em que põe seu coração. E que coração! Aprendeu na prática que ela merece realizar tudo aquilo que quiser e que ninguém pode limitar seus sonhos. Hoje o papel integral de mãe cede um pouquinho de tempo para as aulas noturnas, que em breve chegam ao fim, para que ela alce voos ainda mais altos.
O que podemos aprender com ela é a garra de não desistir. A persistência de correr atrás daquilo que te faz sorrir. É aprender que desafios servem para te motivar e não te parar. Que a história só chega ao fim quando você diz que acabou. Ela é uma das mulheres que me inspira a querer ser alguém melhor, por isso trouxe essa história para vocês e pretendo trazer outras mais. Porque é conhecendo ouvindo histórias que podemos repensar nossas atitudes, nosso lugar no mundo e repensar, analisar, questionar, sempre são boas coisas. Duvide de quem não tem dúvidas! Agora, me conta aqui em baixo o quem te inspira! Qual a sua história? Quero te conhecer mais!
12 Comments
Rebeca
13 de julho de 2018 at 04:32Oi Luu!!! Muito legal você trazer histórias assim!!! Adorei “conhecer” a Ju!! Como a vida dá voltas não é? Realmente não são todos que sabem ficar do lado de mulherões da porra!! Mas a gente pode tudo o que quisermos, e toda a luta da Ju só mostra isso. Arrasou!! Beijos
Lu SáFreire
13 de julho de 2018 at 17:45Rê, você está mais do que convidada a vir me contar toda essa sua história incrível! Afinal, você é uma das mulheres que me inspira a continuar aqui, escrevendo e contando essas histórias!
Letycia Nascimento
13 de julho de 2018 at 17:01A Ju é incrível mesmo! Me inspira, mesmo sem saber, desde 2014 e por sorte quem também me inspira é você, desde 2016. Que privilégio conhecer tantas mulheres fortes e capazes do mundo! ♡
Lu SáFreire
13 de julho de 2018 at 17:43Onw Lê! Somos tantas, somos tão capazes! Mas acabamos não vendo isso! Definitivamente vc, a Jack, a Gabi, e outras veteranas, me inspiram muito. Vejo o talento e o trabalho duro que vocês fazem e só quero mesmo é contar para o mundo essas histórias! Quem sabe você não me conta a sua e ela vem parar aqui no meu cantinho?
Luciana-Ciana Andrade
13 de julho de 2018 at 18:12Que linda! Adoraria conhecer a Ju de pertinho mas daqui já tenho uma noção de quanto ela é especial. Bom… quanto a minha história vixi é muito longa. Acho que daria uma novela.rsrs Sou de uma família de mulheres… bjs
Lu SáFreire
14 de julho de 2018 at 23:22Você ia amar a Ju, Lu! Quero conhecer mais sobre a sua história sim! Ainda mais com esse novo capítulo que chegou a pouco tempo né?!
Bjos enormes.
Yuka Bear
15 de julho de 2018 at 15:49Gostei muito de ler a história. É realmente inspirador e me lembra que tudo é possível se corrermos atrás, até porque é uma história real. Não conhecia essa Ju mas gostei de conhecer. Foi realmente uma mulher batalhadora e que no final das contas arrasou! Boa história para compartilhar conosco e nos lembrar a ter fé em nossos sonhos apesar de tudo.
Lu SáFreire
15 de julho de 2018 at 23:25Exato Yuka! Que bom que te inspirou. Pq ela me inspira todos os dias tbm!
Obrigada pela visita!
Clayci Oliveira
16 de julho de 2018 at 13:14Ju é inspiradora e exemplo de determinação.
Amei conhecer a história dela e fico super feliz e, ver que deu a volta por cima e mostrou que consegue SIM tudo o que quer.. =D
Lu SáFreire
16 de julho de 2018 at 13:18Oie Clay! É bem verdade isso, conseguimos sim tudo o que queremos, só que as vezes esquecemos isso, por isso é sempre bom lembrar! Obrigada pela visita.
Simone Benvindo
18 de julho de 2018 at 09:07Obrigada Lu, agora a Ju é uma das minhas inspirações. Tão bom ler histórias assim, de pessoas fortes que nos mostram que desistir não é uma opção. Estou passando por um momento de transformações e mudanças, não está fácil, mas são histórias como estas que me ajudam a motivar. Me inspiro muito na minha mãe também, vi de pertinho as batalhas que ela enfrenta e já enfrentou. Por favor, traz mais histórias para cá sim. Precisam ser registradas para inspirar muito mais pessoas. Beijos ♥
Lu SáFreire
18 de julho de 2018 at 14:50Mães são mesmo nossas primeiras heroínas ne?! A minha tbm foi e é! Quero trazer mais histórias sim, quem sabe você não me conta um pouco sobre a sua mãe e escrevemos juntas essa história? Fica o convite!
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