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Projeto Borboleta

11 de agosto de 2016

Há um ano atrás o Achei as Palavas estava nascendo como um blog. Primeiro estivemos apenas no Instagram e quando os caracteres limitados se tornaram um problema, viemos para esse canto da internet. O que eu acho que nunca dividi com vocês foi o motivo dele ter nascido. Então em comemoração ao primeiro ano de existência, vamos voltar ao princípio de tudo.

Uma das minhas paixões quando pré-adolescente era escrever poesia. Eu lia, escrevia e devorava poesia. Quando a adolescência chegou, eu migrei para os textões. Quando o filho, o casamento e as contas chegaram, eu parei com tudo. Não saia nem uma palavra. Nem um verso. Achei que a vida adulta era assim, sem poesia, sem cor, apenas a grande selva de pedra.
E eu vivi assim por muito tempo. Até que um dia eu senti saudades de quem eu era, do que eu costumava sentir, do que meus olhos costumavam enxergar. Então comecei, timidamente, esboçar umas linhas num papel. Trouxe um personagem a vida e uma pequena historieta. Logo em seguida ideias começaram a aparecer, eram tantas e tão grandes e o mundo começou a ficar vivo de novo.
Decidi que me abriria novamente para as palavras. E ajustaria meus olhos para o invisível do mundo. Assim foram criados os primeiros textos do Achei as Palavras. Assim coloquei em prática o projeto de escrever um livro. E o blog cresceu, ganhou seguidores, leitores fieis e até página no Facebook.

O que eu não sabia era o quanto tudo isso ia mexer comigo. Durante esse ano eu descobri que o rumo que eu havia tomado para a minha vida não estava bacana e que ele me levaria para lugares que eu não sei se gostaria de habitar. Mudei de faculdade, mudei de curso, mudei de rotina. Agarrei em mim tudo aquilo que havia desacreditado como sendo firula da adolescência e redescobri a minha essência.

Mas não pára aí não. Quando eu achei que tudo estava caminhando bem, a vida me deu uma rasteira. Eu perdi o chão. Perdi o caminho, perdi até a fé. Levei porrada mesmo. Fiquei desorientada por alguns dias, talvez semanas… Talvez ainda esteja. Mas, olhando hoje, descobri que o processo que começou a um ano atrás ainda não acabou. Eu me descobri lagarta a um ano e agora virei casulo.

Como é de se esperar, um casulo é frio, escuro e apavorante. E não há volta. Não posso parar tudo e voltar a ser apenas lagarta. Agora é necessário que eu enfrente meus medos e saia borboleta. Tudo será diferente. Não sei como será, mas sei que o que me torna forte para voar são as dificuldades de sair do casulo. Não posso ter ajuda, ninguém pode fazer por mim, apenas eu, no meu tempo, posso abrir essa casca criada em volta de mim.

Tudo isso não tem a ver apenas com o blog, mas com a minha vida. Quem me conhece ou me segue nas redes sociais sabe o quanto eu sou fisicamente diferente de quem eu fui. Quando lagarta, isso não me incomodava, me aceitei e me amei. Porém agora não me sinto olhando para mim no espelho. Preciso de mais e sei que posso me dar mais. Então decidi fazer uma intervenção médica e espero contar com o apoio de quem aparece por aqui.

O processo é longo e até doloroso, espero poder dividir com vocês. Enquanto isso pretendo desenvolver ainda mais textos aqui para o blog e entrar em alguns concursos do gênero. Também estou trabalhando no livro e estudando fotografia. Quero me sentir plena comigo mesma. Hoje ainda não me enxergo assim… mas falta pouco, porque a decisão de mudar eu já tomei.

Obrigada a você que tornou o AAP um lugar especial para nós. Obrigada a você que perdeu seu tempo para me deixar um recado, obrigada a você que mesmo a quilômetros de distancia envia suas energias positivas. Quem agradece é uma menina de 17 anos que mora no corpo de uma de 29, mas que aos poucos tem se mostrado para o mundo.

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1 Comment

  • Reply
    Rebeca Stiago Cestari
    19 de agosto de 2016 at 15:21

    Oii Lu! Fiquei muito feliz em ler esse relato. Antes de mais nada, parabens por esse um ano de blog. (So nos sabemos o quao dificil pode ser hahhaha). Eu senti o mesmo com o meu blog.. que conforme eu ia me entregando mais para os textos eu conseguia me perceber mais. Mas eu (bem tola), achei que era so comigo (diferentona). Mas fico feliz que um passatempo teu, tenha te trazido de volta para as tuas prioridades. Espero mesmo ver mais de voce por aqui.. E quando digo de voce, digo do seu intimo, da sua essencia.. do que te faz ser quem voce eh. Parabens, ta lindo de ver. Beijos

    http://www.verdadeescrita.com/azar-o-meu/

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