Seguir em Frente

Seu mundo caiu. Tudo a sua volta está desmoronando. Aquele porto foi destruído pela tempestade que desceu dos céus, jogando raios e cuspindo relâmpagos que deixaram até os mais incrédulos de joelhos. Seu barco está à deriva. O breu da noite inunda qualquer direção da doce rosa. As suas esperanças foram diluídas nas águas que te rodeiam. Eu compreendi. E poderia dizer que já estive aí. Contar o quanto aprendi, a minha experiência, e como foi sair. Não vou.  A razão para não fazer é uma apenas: força. Não se pode, por mais injusto que pareça, não se pode ajudar um pássaro a sair do ovo. Ele precisa lutar pela própria vida. Se eu lhe apontar o caminho agora, você não saberá se orientar depois e pode, e vai, acabar novamente aí, no meio desse lamaçal. Eu sei, eu sei; quem disse que ia ser correto, ou fácil, ou honroso? Não é justo, eu sei, mas tem que ser assim. Você precisa descobrir a força que tem, se encontrar, mesmo que isso doa. E isso vai passar. Acredite, vai passar. O sol vai brilhar de novo, o céu vai abrir e você vai voltar a ver.

Algumas vezes somos paralisados pelo medo, começa nas pernas e quando você menos espera todo seu raciocínio lógico e racional é substituído pelo pavor do game over. Quer um segredo de quem já esteve aí? Tudo tem jeito. Sempre. Tudo tem solução, você ainda não achou a sua saída, ainda. Como? Seguindo. MOVE ON. Mexa-se, as coisas só começam a melhorar quando você sai da inércia. Fisicamente falando, você precisa empregar uma força sobre o corpo para que ele se mexa, sim, uma força. Dá trabalho. Ficar parado é mais cômodo, mais confortável, menos desgastante, afinal, como você vai sair andando se você nem sabe pra onde vai, né?!

Não! Isso é a desculpa que você toma todos os dias para continuar exatamente onde você está. Seguir em frente não quer dizer que você saiba o caminho, quer dizer que não desistiu de lutar. Algumas vezes precisamos nos calar, ouvir. Outras precisamos esquecer e sorrir. Outras ainda nos obrigam a voltar antes de poder seguir. Sim, nós fazemos escolhas ruins. Nessa porra de vida não entregaram manual. O que não adianta é teorizar o “se”. O que passou não volta, não muda, não existe mais. Toda vez que um caminho é tomado, as alternativas desaparecem, são as nossas renúncias. Com o tempo você descobre que fazer uma escolha significa também pensar do que está sendo deixado de lado.

Olhe bem fundo dentro de você, a luz que você precisa para se guiar não vem de farol. Acredite em você, na sua essência, na sua verdade. Não se compare com os modelos que lhe são oferecidos, descubra o melhor que você pode ser. Estampe seu alvo e não pare de seguir até chegar lá. As coisas a sua volta irão se acertar, conforme você abrir espaço para passar. Vai ficar tudo bem, se você não desistir, não se abandonar, não se sabotar, não perder a fé. Mexa-se. Siga, mesmo que você ainda não saiba onde vai parar. Mexa-se, nem que seja para dançar na chuva!