Sempre começa com o coração roubado e, inevitavelmente, em algum momento partido. Perdi as contas de quantas vezes já juntei meus cacos. O pior é a dor depois que passa, dói o peito, a cabeça, as lembranças; dói tentar encontrar a graça das coisas. O tempo passa e a gente começa a se acostumar com o vazio, com meios sorrisos, a andar de cabeça baixa. Ao invés de curar, fica dormente. É o bicho papão que guardamos no armário, alimentamos e vez ou outra levamos para uma volta. Guardamos as pedras que nos jogaram nos bolsos, são talismãs nos lembrando de que “isso não é para mim”. E a tristeza vira rotina, a amargura aponta em cada ponta de sorriso. Você já tomou posse dessa dor, carinhosamente ela é sua. É melhor caminhar sofrendo que caminhar sozinho. Uma coisa que eu aprendi com a física (que insiste em me magoar), a força que temos que fazer para tirarmos um objeto da inércia deve ser maior que a força que atua sobre ele! Não entendeu? Sem problemas! Simplificando, dá trabalho! Juntar as partes, colar, erguer a cabeça, se livrar da culpa. Ah, seguir em frente exige um esforço maior do que ficar no sofá com sorvete sentindo pena de si mesma. Tem que lavar a cabeça, colocar aquela roupa que só em você fica linda, tirar sua melhor conversa do armário e caprichar no sorriso. Eu nunca disse que era fácil, só não é impossível. Talvez não dê certo de novo e mais algumas vezes ainda, mas quando der, você verá que valeu apena não ter assistido aquela reprise de novo. Nenhum esforço pode ser grande demais se for para você ser feliz!
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