O AMANTE JAPONÊS

Publicado pela Editora Bertrand Brasil, o mais recente romance da escritora chilena Isabel Allende, O Amante Japonês, nos presenteia, em tempos de amores tão fugazes e efêmeros, com uma história onde “a paixão é universal e eterna através dos séculos.”

A narrativa, construída com riqueza de detalhes das características íntimas dos personagens e suas rotinas, e maravilhosas imagens, abrange a irremediável ação do destino, além de estabelecer um paralelo entre o amor do passado, vivido em situação conflituosa, com os confeitos que afligem às relações afetivas modernas.

Alma Mendel, personagem principal, é uma imigrante polonesa no EUA, na década de 40. Uma mulher acovardada diante da hipocrisia de uma sociedade fragilizada pelos eventos da 2ª Grande Guerra, mas que, à sua maneira, encontra formas de viver sua grande paixão, que perdurou por quase 70 anos.

O amante japonês é Ichimei Fukuda, filho do jardineiro da  casa da família de Alma. Sofre, com seus parentes, a retaliação causada pelas agruras da guerra. É sensível, dedicando a Alma seus sentimentos mais profundos, embora tenha dado continuidade a sua vida prática.

A trama é alinhavada por dois personagens secundários: Irina, uma jovem com grandes traumas emocionais, e Seth, neto de Alma. Os dois desenvolvem uma amizade e juntos desvendam os mistérios que envolvem o caso de amor.

O livro aborda temas atuais como a homossexualidade, abandono, redenção, racismo e envelhecimento com leveza, apontando alternativas harmoniosas para os relacionamentos. Numa mensagem ao leitor de que, havendo amor, sempre haverá solução.

O amor é um tema da preferencia de Isabel Allende em seus romances, mas em O Amante Japonês, ele instiga a analisar o tamanho de sua força devastadora, frente aos obstáculos que a vida nos surpreende.

A leitura deste livro significou para mim, momentos de intenso prazer; não queria parar de lê-lo, pois desenvolvi uma espécie de torcida por cada personagem! O final, grandioso, me deixou esperançosa.